Variedades

Este espaço é voltado para meus desabafos que podem ou não interessar ao caro leitor. Não escrevo à toa. Encontro na escrita, uma maneira de me tornar melhor e mais leve. E, quando inspirada, realmente consigo me sentir assim. tenho certeza que estou sendo auxiliada, de alguma forma, por bons amigos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Saudades de mim



Olho pra minha vida. Olho pra mim. Faço comparações. Escrevo. Penso. Observo. E aí, penso de novo. E observo mais um pouco. A minha vida sempre foi assim, repleta de observações que me davam medo dos mais variados tipos. Assisti a um filme, Lanterna Verde, que entre outras coisas de ficção e super-heróis, mostrou uma “moral” bem legal sobre nós, seres humanos: precisamos ter medo para podermos ser melhores, superá-los, achar saídas. E é isso mesmo. O meu medo e a minha coragem me fez chegar onde estou hoje. Não tenho muita coisa, mas as conquistas que obtive me fizeram ser a pessoa que sou hoje. Sei que ainda estou longe de ser a pessoa mais compreensiva, doce e “perfeita”, evoluída. A minha diferença é que estou sempre tentando e por tentar, erro, mas também acerto. E a vida anda. Pára. Anda de novo. E é assim, como se fosse uma eterna caminhada onde encontramos pedras, lombadas, e por que não flores? Sim, encontramos muitas flores e a colhemos. O que acontece é que muita gente, muita gente mesmo prefere contar ou colecionar pedras para se vangloriar pra si e para os outros de quantos obstáculos conseguiu superar, invés de colecionar flores e montar um belo jardim com essas experiências. Ora, pedras também servem para enfeitar, não?! Com isso, conseguimos cultivar esse grande jardim que também é a vida, além de um eterno caminho.

Daí, quando escrevo tudo isso, vejo o quanto tenho de pensamentos para compartilhar, só não sei pra quem (para quem estiver disposto a ler). Moro em Paragominas desde 2008 e já evolui muito aqui. E quando olho esses anos, fico com saudades do que fui antes de vir pra cá. Não por não gostar de quem sou hoje, mas porque tive outras oportunidades e tive de fazer uma escolha. Embora não tenha o que reclamar, já que a vida sempre foi muito generosa comigo, Deus sempre me mostrou muitas opções, acho que minha vida poderia ter sido bem diferente. Tinha tudo. Tinha uma vida estabilizada, cheia de altos e baixos (normal), como ainda tenho, mas não tinha a metade dos problemas que me cercam e das frustrações. Abri mão de ficar perto da minha família, dos meus pais, do meu irmão, dos meus amigos... e por quê? Ou, pelo quê? Por causa de um homem. Um homem que nunca me deu segurança e, como uma decisão repentina e meio doida, resolvi que ia pedir demissão, mudar de casa, de cidade, de emprego, de vida! 

Morar com uma pessoa que nunca convivi e achei que era a melhor coisa a fazer. Achei que poderia ajudá-lo a melhorar, a ser um cara responsável, com um futuro brilhante pela frente. Hoje, sei que o que fiz foi o que uma mãe faria por um filho, mas ele não era meu filho! Gente, como me anulei! Abri mão da minha vida profissional. Abri mão de dois empregos. Ok, ele não me pediu, mas a situação me forçou. Tento obter a minha vida de volta e não consigo! Os anos não voltam, as coisas não voltam. Não posso voltar a ter 24 anos, nem a ter meu emprego, as pessoas que estavam comigo, o meu irmão sadio, o nosso apartamento... não posso ter mais nada disso! Tento buscar as tais de “compensações” e não acho! Mudei a vida da minha família! Por causa da minha decisão, o papai tomou outras, o meu irmão caiu numa depressão e a minha mãe mudou completamente a vida dela por causa de mim, por medo de me deixar sozinha. Tenho responsabilidades que me deixam louca! E, como se não fosse suficiente, ainda sou odiada por essa pessoa que só quis fazer bem! Como pode? E o que mais me incomoda é a solidão que se instalou dentro de mim, que não sai nem com reza braba! A minha amiga Ingrid Píplos diz que tenho de pensar positivamente, que tenho de desejar que as coisas melhorem, projetar o que quero de verdade. Mas, não sei mais de onde tirar essas projeções, de onde tirar essa força. Não, não estou colocando culpa em ninguém, juro. Isso tudo só está acontecendo por causa do meu livre arbítrio, sempre foi por causa dele. Eu escolhi. Ainda continuo escolhendo, mas estou com um enorme medo de escolher errado de novo. Assusto-me com a minha apatia com os outros, como se não fizesse questão de nada e nem de ninguém. Não exijo mais nada de ninguém, mas ainda me aborreço um bocado com as pessoas porque elas não fazem o que quero. Mas, também, nem eu sei o que quero de verdade... coisa estranha e escrota!

E sinto falta de um amor, principalmente. Estou completamente e inteiramente só. Nunca aconteceu isso antes! Nunca! O que fazer? Saudades de mim e do que eu fui um dia...