Variedades

Este espaço é voltado para meus desabafos que podem ou não interessar ao caro leitor. Não escrevo à toa. Encontro na escrita, uma maneira de me tornar melhor e mais leve. E, quando inspirada, realmente consigo me sentir assim. tenho certeza que estou sendo auxiliada, de alguma forma, por bons amigos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Coisas que fazem sentido na minha vida – Comer, rezar e amar

Não sei realmente o motiva de estar aqui neste mundo. Não tenho nem uma vaga idéia, porque me acho uma pessoa comum, cheia de defeitos e manias terríveis. Pessoas entram e saem da minha vida como clientes em uma loja de departamento: algumas entram para olhar, outras para roubar, outras para comprar, etc, ou seja, sempre querem ou buscam algo. Na verdade, isso é inerente a nós. Meu pai costuma dizer que relacionamentos são movidos a interesse, qualquer um deles: seja profissional, de amizade ou um romance. Então, algumas vezes paro pra pensar na minha vida e de como ela está passando depressa e o quanto ainda perco tempo com pequenas e vazias.
Acabei de ver um filme que me fez pensar nessa busca incessante que algumas pessoas tem sobre o sentido da vida e onde está Deus nisso tudo: Comer, Rezar e Amar. Identifiquei-me muito com a Liz porque sempre me vi fazendo coisas que realmente não queria, só para não me sentir só ou rejeitada. Apesar de hoje achar que não preciso de um homem para ser feliz, entretanto preciso de amor. E onde nós o encontramos? No filme, a Julia Roberts (Liz) diz que precisa do perdão do ex-marido para poder se libertar, e um amigo dela, o que parece o James Taylor, diz que ela só precisa se perdoar. Acho que preciso disso: me perdoar por tudo o que fiz e que não fiz por meu casamento. Sabia que mais dia, menos dia, iríamos nos separar, mas nunca pensei que fosse assim. A Liz abriu mão da vida que tinha e foi buscar paz muito longe de casa. Ao fim, ela percebeu que tudo estava dentro de si mesmo.
Deixar de amar uma pessoa que sempre se amou não é tarefa fácil, não importa muito o que ele me fez, embora devesse importar. O que posso dizer sobre mim é que aprendi que amores precisam florescer, serem cuidados e que e que não são como cocas-cola que encontramos nas esquinas. Algumas pessoas só amam uma vez na vida, outras mais de uma vez e ainda há aquelas que nunca amaram, pobres coitadas. Eu amei com toda a intensidade do meu coração e fui feliz, apesar de ter durado pouco, mas o tempo certo para Deus. E, hoje, o que realmente importa e faz sentido na minha vida é a minha família: mãe, pai, sobrinho, irmãos, cunhadas, além dos poucos, mas fiéis, amigos.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Transformações que Alice nos ensina


A pensativa Alice

A Alice, a do livro, perguntou ao gatinho de Cheshire, aquele que desaparece, qual caminho deveria seguir. Ele retrucou perguntando pra onde ela queria ir. Bem, ela disse que não importava muito e ao que ele respondeu: “Então não importa qual caminho”. E Alice, bem aborrecida, disse que qualquer caminho serviria desde que ela chegasse a qualquer lugar.
Ele disse pra ela que isso ela com certeza iria conseguir. Quando vi o desenho “Alice no País das Maravilhas”, virei fã na hora. Comprei o DVD e pedi pro meu irmão, o livro, pra ler a obra mais famosa de Lewis Carrol. O que pouca gente se toca que essa história não é só para crianças. Ela tem mensagens subliminares que, dependendo do olhar, nos fazem refletir, como a que o Gato de Cheshire soltou à Alice.
Alice e o Gato Cheshire
Vê como Lewis tem razão. Alice estava perdida. Qualquer lugar pra ela servia, mas o Gato, sábio, perguntou pra onde ela queria ir. É assim a vida. Às vezes, estamos tão perdidos como Alice estava, naquele País maluco, que ela chamaria “Das Maravilhas”. Esse país é a nossa vida: de cabeça pra baixo, com tudo trocado do lugar que parece certo. Li Alice na época certa da minha vida: estou perdida. E me identifiquei muito com ela porque agora, estou tão desesperada a chegar a algum lugar, que qualquer caminho me serve. Mas, o Gato de Cheshire bem lembra que temos de saber para onde ir, para poder seguir um caminho.
Outra parte do livro que gosto muito é quando Alice diz pra ele que não quer ir a nenhum lugar onde tinham malucos. E ele disse: todos somos malucos. “Você é maluca”. É ótimo porque até os mais certinhos, são malucos algumas vezes. E isso me fez pensar. Alice inventou um país só dela, onde as coisas mais estranhas podiam acontecer. Assim é o nosso mundo. Algumas vezes, estamos dormindo à sombra de uma árvore e vamos atrás de um coelho com um relógio e de repente, caímos em um buraco sem fim. A analogia do coelho é que corremos tanto e sempre estamos atrasados. Atrasados para um compromisso, atrasados para nossos amigos, atrasados para um amor... quando a pessoa que você gosta diz que “você chegou no momento errado”. Quantas vezes isso já aconteceu comigo? E corro tanto pra chegar na hora e quase sempre chego atrasada, que nem o coelho e, sempre com medo da Rainha de Copas, que na minha analogia, é a vida que nos “corta a cabeça” tantas vezes.
"Quem é você?" - Grande questionamento
No entanto, Lewis também levanta grandes questionamentos quando a lagarta, que fuma narguilé, pergunta à Alice “quem é você?”. Alice, naquela altura, não sabia quem era, pois já tinha se transformado tanto... assim somos nós: ora altos, ora baixos, como Alice. Mas, aquilo era muito novo pra ela, afinal, Alice era uma criança, não estava acostumada com tantas transformações. E nós também não. Apesar de a vida ser uma intensa transformação, onde conhecemos tantas pessoas esquisitas, como o Chapeleiro Maluco ou a Lebre de Março, mas que tem tanto a nos ensinar.
Muitas vezes, não percebemos o quanto eles tem para nos ensinar. Entendo tanto a Alice... lá estava ela deitada no colo da irmã, na relva, quando pegou no sono e sonhou com um “país das maravilhas”, um coelho atrasado e tantas outras coisas. Mas, também acho sublime como Lewis dá leveza a todas essas histórias que vão se desenrolando e mostrando que essa é a nossa vida, mas que devemos ter a imaginação de uma criança e ter a maturidade, ao mesmo tempo, para saber a hora de acordar, seja de um sonho ou de um pesadelo. No final, sempre a lagarta vai se transformar numa crisálida e depois numa linda borboleta. Estou no momento “crisálida”, no meu casulo esperando a minha transformação chegar ao fim e me transformar numa borboleta, livre e linda.