"Amigo" - é muito difícil descrever o significado do que eles representam em nossas vidas. Quando li pela primeira vez o que o Vinícius de Moraes falou sobre esse ser tão mágicamente chato e indispensável, comecei a ter palavras pra descrever o que sinto quando estou com eles. Alguns, conquistei ainda na infância, quando os problemas inexistiam e era bem mais fácil viver a amizade pura e simples. Outros, encontrei caminhando a meu lado, nas mesmas provas da vida, na mesma labuta diária em busca de sonhos. Há ainda aqueles que vieram de mansinho e conquistaram um espaço imenso no coração e é impossível tirar. Quando comecei a estudar o espiritismo, comecei a entender mais um pouquinho sobre as afinidades ou não. Existem aqueles que chegam e nos invadem de tal maneira, que parecem ser amigos de uma vida inteira, mas você acabou de encontrá-los. Como explicar? Eu aceito a explicação de convivências passadas, como se você aguardasse por ele. É impressionante! Não consigo entender aquelas pessoas que vivem só e dizem não sentir falta de ombros e gargalhadas. Sou movida à paixão, esse sentimento que também encontramos nos amigos. É por isso que muitos amores nascem daí, de uma grande amizade. Enfim, faço minhas as palavras de Vinicius: "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
"Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância. Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo. reciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo" - Vinícius de Moraes
