Variedades

Este espaço é voltado para meus desabafos que podem ou não interessar ao caro leitor. Não escrevo à toa. Encontro na escrita, uma maneira de me tornar melhor e mais leve. E, quando inspirada, realmente consigo me sentir assim. tenho certeza que estou sendo auxiliada, de alguma forma, por bons amigos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Quando penso que deixei de te amar...

Hoje, 20 de junho, estive em uma reuniao em um dos grupos de estudos do Ivon Costa, Centro Espirita, em Belem. O tema do estudo foi "A a lei de amor", aquela que o Cristo tentou nos ensinar.
Pensei muito no que dizia o Evangelho e no que os colegas falaram e tambem no que eu falei. O amor pleno que o espirito Lazaro falou existe? Como vamos saber? Pra mim, o mundo esta louco, sem limites. Mas, a Sonia, a a pessoa que conduziu a reuniao de hoje, falou que essas atitudes que vemos hoje ja existia, encobertas, mas existiam.
Nao tenho tanta certeza assim. Presencio tanta falta de amor... Eu mesma nao pratico esse sentimento que tanto Cristo nos falou. Amar alguem da nossa familia eh facil, mas e amar um estranho? Ter compaixao por quem nao se conhece? Dificil. Nao impossivel, mas dificil.
Pensando em tudo isso e no que escutei sobre o que eh o amor, deparei-me com uma colocacao que a minha tia fez que, pra ela, amor era doacao. A doacao que ela faz aos filhos todos os dias. E pra mim? Nao soube e ainda nao sei responder.
Ha um ano, amor pra mim tambem era doacao, abdicacao e achei que isso bastasse. Me doei. Me dediquei. E hoje me pergunto o que valeu a pena pra mim? Nem a amizade dele eu consegui. O que me restou de quase tres anos de casamento? Nao sei.
A lei de amor nos fala tambem de instintos, que quanto mais evoluimos, damos lugar a sentimentos... Me pergunto se viver na sombra da ignorancia seria melhor... Tambem nao sei.
O que somos? O que fazemos para sermos melhores? O que faco por meu semelhante? Isso tudo se resume em amor. E tambem me questiono se me falta amor doado e dentro de mim. Me perco de novo e me vejo sem respostas.
Loucura? Desatino? Angustia! Palavra que me consome e me deixa sem saber o que pensar e, meu ver A meu ver mesmo tempo tao lucida!
Essa dor do meu peito eh falta de amor? Nao sei. Mais uma vez!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Deus na vida dos homens

Jesus e a Samaritana
Deus existe mesmo que não possamos vê-lo com os olhos da cara! Podemos vê-lo com os olhos do coração, da alma. É só fechar os olhos e senti-lo, Ele está em tudo que vemos e no que não vemos. A caridade por um irmão que não se conhece, uma palavra de consolo para quem passa por provações, um prato de comida a quem tem fome... em todas as ações beneficentes encontramos Deus. A palavra dele diz que, quando fazemos aos “pequeninos”, é a Ele que fazemos. O preceito de tudo é a caridade, o amor a Deus e ao próximo. Como uma sociedade tão numerosa e tão cheia de misérias não consegue ver isso? O que falta a nós? CARIDADE! É isso que falta. A caridade está ausente na vida moderna. Algumas ações de alguns poucos não conseguem tirar o mundo dessa situação tão dolorosa: são crianças morrendo de fome na África; pessoas morrendo com ataques de homens-bomba no Afeganistão; norte-americanos morrendo em abrigos porque não têm plano de saúde; fome na Índia; corrupção no Brasil e por aí vai. E por que isso existe? Ausência de caridade cristã. Parece que todo mundo esqueceu as palavras de Cristo: amai uns aos outros! As igrejas deveriam ajudar os necessitados, não cobrar deles um templo novo. O reino de Deus não está nos templos de pedra, está dentro de nossos corações. Ele disse: onde dois ou mais estiverem reunidos para falar do meu nome, ali estarei. Entramos numa igreja evangélica e logo somos cobrados, como se tivesse um preço para salvar almas. A palavra doação significa dar, sem pensar em recompensas. Mas, como o ser humano não é franciscano, precisamos (necessitamos) de recompensas quando fazemos o bem. É isso que aprendemos desde crianças. Nossos pais nos recompensam quando fazemos a lição de casa, quando lavamos uma louça ou quando passamos no vestibular. Ora, não deveria ser assim. Desse jeito, criamos pessoas que só “funcionam” se forem recompensadas. Não devia ser assim. Deveríamos aprender a fazer o bem, simplesmente porque Deus nos ensinou isso.

Acontece o mesmo dentro de casa, com os casais. Por que os casamentos não dão certo? Tenho uma teoria: o egocentrismo. Quando os casais aprenderem a pensar na felicidade um do outro e a colocar Deus em suas vidas, em seu amor, tudo vai melhorar. Outro princípio da caridade é não fazer ao próximo o que não se quer para si. Se o homem adúltero pensasse o que sentiria se a sua mulher lhe traísse, não cometeria tal pecado. E vice-versa. E se isso não funcionar, é só pensar que o amor não merece ter o brilho ofuscado. Quando não se ama mais, é melhor não estar juntos, mesmo que isso cause muita dor. Por que tudo na vida passa...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Encantada tua

Como pode um sentimento adormecer e acordar tão subitamente? Foste o amor mais singelo e romântico que tive e as lembranças daqueles dias de julho nunca saíram da minha memória. Éramos tão jovens, mas tão sedentos de amor... um amor que invadiu nossas almas e corpos, devastando-nos; um amor que não quis esperar, desesperado de se amar urgentemente. Jurei solenemente que ia me desvencilhar da gente, que ia esquecer... tantos obstáculos você colocou que pensei ter desistido. Mas, toda vez que te vejo, aquele sentimento adolescente renasce, ressurge como uma fênix que sai do pó das cinzas e relembro de tantas palavras, músicas, cheiros que simplesmente estão na memória do meu coração, talvez encolhido, escondidinho num canto para não ser achado. Mas, a melodia da tua voz, que sempre foi tão suave aos meus ouvidos, parece iluminar esse sentimento que, num piscar de olhos, se mostra vivo e eterno dentro de mim. Não sei o que o futuro nos reserva, o que vamos ser um sem o outro. Talvez, nos contentemos com amores sem desespero, com fôlego, aqueles que nos deixam calmos, mas nunca felizes plenamente. Você tem outro alguém, eu tive um outro alguém, mas ontem, ao te ouvir, senti uma coisa que nunca mais havia sentido em sua voz: uma súbita saudade. É como se estivéssemos clamando um pelo outro e Deus ouviu nosso clamor e nos fez lembrarmos momentos que realmente foram importantes nas nossas vidas. Como se alguém estivesse nos fazendo pensar o que importa realmente.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Todo o Sentimento

Composição: Chico Buarque e C. Bastos
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

É impressionante como o Chico Buarque consegue capturar a alma das pessoas ou os sentimentos. Quando escuto músicas como esta, veja que não sou louca e que ainda existem muitas pessoas que vivem e que se importam com o amor. Não aquele amor louco, descrente, violento, mas aquele singelo, que nada pede, que nada quer. O amor está ficando feio, não por ele, mas por nós, que estamos nos mostrando seres que não sabem o significado desta palavra. Isso me amedronta e fico me perguntando se alguém, ao alcance, pensa assim. A letra dessa música é perfeita para expressar os meus sentimentos. E hoje, vinha me perguntando se ainda existe amor devotado... não doentio, mais pleno.

Aí, eu vejo casais jovens pelas ruas com cara de "quem comeu e não gostou", como se fossem obrigados a estar juntos por causa de uma solidão imposta pela sociedade. Acho triste. Difícil encontrar um casal que converse, que brinque, que se importe com as pequenas coisas e que encontre tempo para se curtirem. E me preocupo porque tenho medo de não encontrar alguém por quem valha a pena lutar ou se encantar. Ninguém mais se encanta. Vivemos em um conto de fadas, daqueles que terminam à meia-noite. Na noite do meu casamento, o pastor falou uma coisa que nunca mais saiu da minha cabeça: hoje, as pessoas namoram de dia, casam de tarde e se separam de noite. Ele quis dizer (foi o que entendi) sobre a banalização do amor e do sexo. Quando casei, o meu amor era para sempre. Naquele dia, nós dois nos unimos em um só sorriso. De lá até a nossa separação definitiva, perdemos o foco.

Mas, o meu ex-marido pensava como eu. Não quero uma pessoa igual à ele, quero alguém que valorize os sentimentos como eu os valorizo e não me violentar por uma noite. Porque, convenhamos, é isso que acontece de verdade. O homem perdeu a sensibilidade da conquista, essa é a impressão que dá. Mas, aí, vem uma música dessas e... o chão some!

Viva o Chico!! 

Viva as maluquices da vida!!

Alguém já deve ter escrito muitas coisas sobre as maluquices da vida. Bem, serei mais uma, mesmo assim, não posso me curvar... tenho de contar o que acho disso. Há algum tempo, não muito longe, não passava de uma menina recatada, moralista, puritana e por que não dizer hipócrita? Não conseguia achar graça da vida, mesmo sempre ter achado graça de mim mesma. Ora, eu era a palhaça, mas não tinha noção de quanto a vida é um enorme circo. Alguns, como eu, são palhaços por diversos motivos: porque nos chamam, porque nos acham, porque somos alegres... outras pessoas não conseguem ser palhaços. Preferem ser domadores de feras selvagens! Outros, mulheres barbadas: grandes, peludas, mas frágeis. De tantos outros personagens que o circo têm, o trapezista também me chama atenção, além dos malabaristas. Muitos de nós somos trapezistas ou malabaristas: fazemos verdadeiros malabares para nos manter vivos e sadios! Mas, olha só, o meu artigo é sobre as maluquices da vida! O circo é só uma metáfora.
Dizia que era hipócrita... poisé, a maioria de nós é e nem percebe. E se percebemos, fingimos que não é com a gente. Eu ainda sou, mas já admiti pra mim. Esse é o primeiro passo. A minha grande dificuldade hoje é jogar fora a minha bagagem. Que nem aquela outra metáfora do avião que está cheio de bugingangas desnecessárias, mas não temos coragem de jogá-las fora, mesmo que isso signifique a nossa queda. Estou jogando essas bugingangas fora. E tentando ser mais leve. Aceitar a vida, com suas maluquices, com as suas seriedades, mas, sobretudo, aprendendo a ver saída para os becos escuros que me deparava. Não podemos mudar o que já passou, mas temos nas mãos a possibilidade de escrever um novo futuro, é só olhar em volta as oportunidades que Deus nos dá todos os dias.
Sobre as maluquices da vida... essa vida é maluca mesmo! Já encontrei cada um que deveria estar no manicômio! Mas, são com esses malucos que pretendo reaprender a viver, sem as amarras que me impediam de sonhar e concretizar. Uma amiga sempre me escreve uma coisa: “Se você obedece todas as regras, acaba perdendo a diversão”, que foi o Bob Marley que falou... acho que eles estão certos. O Bob definiu muito bem o que sou hoje. E a minha amiga, por me conhecer um pouco, soube me dizer, com as palavras de outra pessoa, o que precisava aprender.